JOLY BRAGA SANTOS: UMA VIDA DOIS REGIMES

19 de Outubro, 17h | Museu Nacional do Teatro e da Dança

Eleito pela UNESCO com um dos 10 melhores compositores de música contemporânea do seu tempo, não seria possível deixar passar em branco os 100 anos do nascimento de Joly Braga Santos.

Como o próprio costumava afirmar, parafraseando Stravinsky, “não me considero compositor, mas sim inventor de música”. Mas não só, Braga Santos foi musicólogo, maestro e professor.

Seguiu as pisadas do seu mestre, Luís de Freitas Branco, na procura de sonoridades que refletissem a nossa identidade, uma linguagem “portuguesa”, mas de forma completamente autónoma das correntes propagandistas que definiram o conceito de “portugalidade” do Estado Novo. Com o presente programa os solistas Melleo Harmonia situar-nos-ão no cenário sonoro nacional e europeu do tempo de Braga Santos, um caminho de vida entre dois regimes políticos.

PROGRAMA

Adágio e Scherzino para Quinteto de Sopros ……………………Joly Braga Santos (1924-1988))

3 Pièces Brèves ……………………………………………………………….. Jacques Ibert (1890-1962)

Quinteto de Sopros ……………………………………………………. Frederico de Freitas (1902-1980)

QUINTETO DE SOPROS MELLEO HARMONIA

Rui Matos flauta

Luís Auñon Perez oboé

Joaquim Ribeiro Clarinete

Carolino Carreira fagote

Luís Vieira trompa

Rui Matos iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional do Baixo Alentejo, tendo posteriormente continuado na Escola Profissional da Metropolitana. Em 2014 foi admitido no Conservatório Real de Haia onde completou a sua licenciatura na classe do professor Thies Roorda. Em 2019 ingressou no mestrado na Royal Academy of Music em Londres, onde obteve uma bolsa de estudo completa. Durante este período, teve a oportunidade de estudar com os professores William Bennett, Sam Coles e Patricia Morris, tendo terminado o seu mestrado em 2021. Foi membro da Orquestra de Jovens da União Europeia (EUYO) no ano de 2018 e trabalhou com maestros como Manfred Honeck, Vasily Petrenko, Gianandrea Noseda e Valery Gergiev nas diversas orquestras que integrou. Desde 2021, é membro da Orquestra Sinfónica Portuguesa do Teatro Nacional de São Carlos.

Luis Auñón Pérez nasceu em Valência (Espanha) em 1988. Estudou Interpretação Musical na especialidade de Oboé no Conservatório Superior de Música “Joaquín Rodrigo” de Valência com os professores Francisco Salanova e Jesús Fuster, obtendo “Matrícula de Honor” na sua especialidade e o Prémio Extraordinário “Fin da Carreira”. Possui também o Mestrado em Educação na especialidade de Música da Universidade de Valência.

Trabalhou com prestigiados oboístas, como J. C. Gayot, Vicente Llimerà, Stefan Schilli, Dominik Wollenweber, Emanuel Abhül, Hansjörg Schellemberger, Fabian Thouand, Thomas Indermüller, Maurice Bourgue. Durante a sua formação musical integrou a Orquestra Juvenil da Comunidade Valenciana, a Orquestra Filarmónica da Universidade de Valência, a Jovem Orquestra Nacional de Espanha (JONDE), a World Orchestra of Jeunesses Musicales.

No campo profissional, colaborou entre outras, com as orquestras Euskadiko Orkestra, Fundação Gulbenkian, Cadaqués, Sinfónica de Barcelona (OBC), Sinfónica de Tenerife, Extremadura, Comunidad de Madrid e a Nacional de Espanha. Colaborou também como solista com a Orquestra Filarmónica de Medellín (Colômbia), através da qual lecionou na Universidade de Antioquia e, neste âmbito, trabalhou com diretores como Juanjo Mena, Pablo Heras-Casado ou Giandrea Noseda.

Em 2013 obteve o lugar de Oboé-Corne Inglês na Orquestra Metropolitana de Lisboa e em 2015, recebeu o 1º Prémio e Prémio de Audiência no 1º Concurso Nacional Oboé da Associação de Fagotistas e Oboístas de Espanha, sob o veredicto do júri internacional formado por Nick Deutsch, Celia Nicklin e Eduardo Martínez.

Em 2016, obteve o cargo de Oboé Solista A na Orquestra Sinfónica Portuguesa do Teatro Nacional da Ópera “São Carlos”, sob a direção de Antonio Pirolli.

Luís Vieira é trompa solista da Orquestra  Sinfónica Portuguesa desde 2015. Foi chamado a integrar orquestras como a Berliner Philharmoniker, Orchestre de la Suisse Romande, Orchestra della Svizzera Italiana, Orquesta Nacional de España, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e Divino Suspiro Ensemble Barroco, sob a batuta de Mestros como Sir Simon Rattle, Semyon Bychkov, Valery Gergiev, Herbert Blomstedt, Christian Thielemann, Gustavo Dudamel, Riccardo Chailly e Andris Nelsons, com os quais teve oportunidade de tocar em algumas das melhores salas de espetáculo, tais como Berlin Philharmonie, Philharmonie de Paris, Concertgebouw Amsterdam, Royal Albert Hall London, Tonhalle Zurich, entre outras.

Durante a sua experiência académica integrou orquestras como The World Orchestra, Lucerne Festival Academy, Schleswig-Hohlstein Youth Orchestra e Orquesta Joven Sinfónica de Galicia. Obteve a sua Licenciatura na Escola Superior das Artes Aplicadas de Castelo Branco, com o Professor Paulo Guerreiro em 2009, continuando os seus estudos com Abel Pereira, Eric Terwilligher e Sarah Willis.

Entre 2011 e 2013 estudou na Escuela Superior de Musica Reina Sofia (Madrid), com Radovan Vlatkovic recebendo, tendo recebido das mãos da Rainha Sofia de Espanha, o prémio para o melhor aluno da cátedra de Trompa.

Obteve o seu Mestrado na Zurcher Hochschule der Kunste, onde estudou com o conceituado Professor Radovan Vlatkovic, em 2015.

Em 2011 ganhou o Prémio Jovens Músicos e em 2013 foi finalista na Citta di Porcia Music Competition. É professor de Trompa na Escola Superior de Música de Lisboa e na Escola Superior de Artes Aplicadas, em Castelo Branco.

  Joaquim Ribeiro foi, em 1988, o 1º Prémio Jovens Músicos na categoria de clarinete da história do certame. Do seu currículo consta o 1º Prémio do Concurso Nacional da Juventude Musical Portuguesa, o 2º Prémio do Concurso de Clarinete de Setúbal, assim como o 1º Prémio Jovens Músicos na categoria Música de Câmara, com o Quarteto de Clarinetes de Lisboa, grupo com o qual obteve ainda o Prémio Cultura e Desenvolvimento e o Prémio Artes e Ideias.

Licenciou-se em Clarinete na Escola Superior de Música de Lisboa.

Do seu percurso resulta a apresentação regular nos principais festivais de música nacionais e internacionais, bem como a gravação de diversos CD, sendo solista Vandoren e Selmer Artist.

É mestre em Direção de Orquestra pelo Instituto Piaget, tendo igualmente obtido a graduação como maestro em Dijon, no Conservatório de Música J. Ph. Rameau, com o reconhecido maestro Jean-Sébastien Béreau, período em que o seu empenho lhe valeu a classificação de Très Bien e a Médaille de L’argent. Trabalhou posteriormente com Felix Hauswirth e Michael Fennell.

Em 2017, no âmbito dos seus estudos musicológicos, publicou, com o apoio da Fundação Jorge Antunes, o primeiro estudo preliminar sobre a vida e obra do compositor vizelense Joaquim da Costa Chicória.

Atualmente, Joaquim Ribeiro é clarinete solista da Orquestra Sinfónica Portuguesa e o diretor musical da orquestra Melleo Harmonia.

Carolino Carreira estudou no Conservatório Nacional, onde terminou o curso de Fagote em 1987. Em seguida, em 1989, concluiu uma pós-graduação no Royal Northern College of Music, em Manchester, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Entre 1987 e 1992, integrou a Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de São Carlos, onde iniciou a atividade de fagotista. Desenvolve atividade como solista de instrumentos históricos e de fagote moderno, na qual se incluem estreias nacionais, como o Concerto para Fagote e orquestra de sopros de Frigyes Hidas (2009) e o Concerto para Fagote e orquestra Op. 2 de Berwald com a Orquestra Sinfónica Portuguesa (2010).

É licenciado pela ESART-IPCB e doutorando em Música-Interpretação na Universidade de Évora. É professor na ESART-IPCB, na Academia de Música de Santa Cecília e no Conservatório Regional de Artes do Montijo.

Desde 1993, integra a Orquestra Sinfónica Portuguesa como Primeiro Fagote solista.